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Núcleo de Estudos Amazônicos, do Centro de Estudos Multidisciplinares da Universidade de Brasília (NEAz/CEAM/UnB) foi o organizador do I Fórum Internacional sobre a Amazônia, realizado de 6 a 9 de junho de 2017, na Universidade de Brasília. O evento contou com três painéis de debates, apresentação de trabalhos orais e pôsteres, oficinas, rodas de conversa, feiras de produtos da Amazônia e da agricultura familiar e camponesa e atividades culturais. O intuito foi trazer importantes olhares sobre a Amazônia brasileira e continental, no sentido de contribuir na construção do conhecimento científico e valorizar saberes.

O I Fórum Internacional sobre a Amazônia congregou professores/as, pesquisadores/as, organizações, movimentos sociais e populares e instituições dos países da Amazônia continental que estão envolvidos, principalmente, em atividades de ensino, pesquisa e extensão, de forma a estimular a realização de estudos pautados pela pluralidade de pensamentos e ações multidisciplinares, teóricas e práticas. Nesta perspectiva, o evento buscou promover o intercâmbio e trocas com outras organizações e instituições de representação nacional e internacional para debater e refletir sobre o processo histórico e o quadro atual da região Amazônica, traçando cenários e apontando linhas de pesquisa, políticas e ações de interesses de seus povos, populações e comunidades tradicionais.

Assim, o Fórum Internacional sobre a Amazônia se constituiu em mais um espaço para a divulgação, produção e intercâmbio de ideias, diálogos e vivências. Destaca-se no FIA a construção da Carta de Brasília que valoriza os conhecimentos e saberes populares amazônicos, as vontades e interesses de seus povos e suas populações e as alternativas para enfrentar no Brasil a realidade imposta por um governo, consequência de um golpe, e as adversidades sociais e ambientais que afetam negativamente o mundo todo. A carta propõe consolidar uma articulação envolvendo instituições de ensino, pesquisa e extensão, povos indígenas, comunidades tradicionais, agricultores/as familiares, camponeses/as, entre outros, visando a melhoria da qualidade de suas vidas e a conservação da biodiversidade e torna o Fórum Internacional sobre a Amazônia um evento com periodicidade. Aponta também que é possível uma abordagem social e econômica nacional e global que não reproduza as formas colonialistas de dominação e exploração.

Por fim, é importante frisar que o empenho das organizações, movimentos sociais e universidades parceiras na concretização e mobilização para o evento foi fundamental, como também o apoio da Universidade de Brasília (DEX, DAC, DPG, CDS, FAC, FAV, FS e IL). Também deve-se dar relevância à dedicação dos/as estudantes, que souberam compreender a importância do evento e não mediram esforços para possibilitar a sua realização e sucesso. A todos e todas o nosso mais profundo agradecimento e até o próximo Fórum Internacional sobre a Amazônia.

SOBRE O FIA 2017

A Amazônia continental, que contém a maior floresta tropical do mundo, é formada pelos territórios da Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Peru, Suriname e Venezuela. Esta imensa floresta vem sofrendo, nas últimas décadas, intensos processos de desmatamento e destruição do seu meio natural, como consequência da exploração intensiva da terra e da água. Estes processos têm afetado fortemente a diversidade biológica e o meio físico e natural da Amazônia e também têm sido responsáveis por excluir os povos e comunidades tradicionais do acesso aos territórios e bens comuns, provocado a expropriação e o êxodo de contingentes populacionais, principalmente para os conglomerados urbanos. 

Nesse contexto, o Fórum Internacional sobre a Amazônia buscou abordar a produção do conhecimento sobre as estratégias e processos econômicos, sociais, culturais e ambientais que têm ocorrido na região, articulando-os aos saberes populares. Para tal, o Núcleo de Estudos Amazônicos, do Centro de Estudos Avançados Multidisciplinares, da Universidade de Brasília tem dialogado para construção de parcerias e intercâmbio entre instituições, movimentos sociais e populares e setores da sociedade civil, gestores públicos, comunidade científica, entre outros, comprometidos com a conservação da Amazônia e com a melhoria de vida e trabalho de seus povos e populações. Para tal, o Núcleo de Estudos Amazônicos, do Centro de Estudos Avançados Multidisciplinares, da Universidade de Brasília tem dialogado para construção de parcerias e intercâmbio entre instituições, movimentos sociais e populares e setores da sociedade civil, gestores públicos, comunidade científica, entre outros, comprometidos com a conservação da Amazônia e com a melhoria de vida e trabalho de seus povos e populações.

O Fórum também procurou contribuir para que os espaços de estudos e pesquisas sejam reforçados e aumente o compromisso de diversas instituições nacionais e internacionais com a Amazônia. A inserção no debate sobre a floresta mais sociobiodiversa do planeta e sobre os homens e mulheres que nela trabalham e vivem é fundamental para as instituições e a sociedade como um todo. Assim, o Núcleo de Estudos Amazônicos, do Centro de Estudos Avançados Multidisciplinares, da Universidade de Brasília entende que este evento foi um esforço para ser dado mais um passo nesse sentido.

Foram objetivos do Fórum Internacional sobre a Amazônia colaborar com o debate multi, inter e transdisciplinar e proporcionar intercâmbios e parcerias científico-culturais entre a comunidade acadêmica de instituições de ensino, pesquisa e extensão, de órgãos públicos e representantes de organizações, movimentos sociais e populares, sindicais e ambientais, povos indígenas e comunidades tradicionais da Amazônia brasileira e continental.

Também foram objetivos do Fórum contribuir para as trocas de experiências, conhecimentos e saberes na perspectiva de construir ações de interesse da Amazônia e de seus povos e populações; sensibilizar para o envolvimento de pesquisadores, estudantes, professores, representantes de organizações e movimento sociais e populares, entre outros, na temática da Amazônia e ainda divulgar os estudos elaborados e em andamento sobre a região amazônica.

Durante o Fórum Internacional sobre a Amazônia os temas abordados perpassaram pela Água como um Bem Comum; Biodiversidade, Florestas, Recursos Naturais e Conservação; Cultura, Arte, Saberes e Costumes; Democracia e Direitos; Desenvolvimento e Sustentabilidade; Dinâmicas Socioeconômicas e Ambientais; Educação, Ciência e Tecnologia; Fronteiras e Mobilidades; Gênero e Identidade; História Social, Econômica e Política; Movimentos Sociais, Participação e Novas Mídias; Políticas Públicas e Infraestruturas; Povos, Populações e Comunidades Tradicionais; Questão  Agrária e Urbana, Terra e Território; Saneamento Básico e Saúde; Soberania Alimentar, Extrativismo e Agricultura e Violência e Conflito.

Realizado do dia 6 a 9 de junho de 2017, em Brasília, o Fórum contou com aproximadamente mil inscrições e com mais de quinhentos participantes presenciais. Os três painéis de debates foram transmitidos pela internet e contaram com mais de quinze mil visualizações no total. A origem dos participantes foram as mais diversas, sendo que cerca de duas dezenas eram provenientes de outros países da Amazônia continental: Colômbia, Bolívia, Equador, Perú e Venezuela. Os participantes brasileiros foram provenientes de todos os estados da Amazônia, conforme pode ser observado no gráfico a seguir, mas também contamos com a presença de participantes de outros estados: Bahia, Minas Gerais, Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro, Goiás, Rio Grande do Sul, São Paulo e Espírito Santo, além do Distrito Federal, anfitrião do evento.

Durante o Fórum Internacional sobre a Amazônia foram apresentados 125 trabalhos orais e 38 pôsteres. Ocorreram 15 rodas de conversa e 7 oficinas. A feira de produtos da Amazônia e da  agricultura familiar e camponesa contou com 18 participações onde se destacam o palmito de pupunha do projeto RECA e o café do Projeto Terra sem Males, de Rondônia; os chocolates da Cooperativa de Produtores de Cacau de Medicilândia, Pará e a Castanha-do-Brasil da Cooperativa Central de Comercialização Extrativista do Acre.

CERTIFICADOS FIA 2017

PROGRAMAÇÃO

Dia 6/6/2017 (Terça-Feira)

Manhã
Inscrições e entrega de materiais – Hall do Auditório 3 (Faculdade de Saúde)

Tarde

14h00 – Abertura – Auditório 3 da Faculdade de Saúde
15h00 – Painel: Amazônia Continental e o Debate Atual

Coordenadores: Prof. Ricardo Gilson da Costa Silva (UNIR) e Maria Lúcia Leal (UnB)

  • María Jacqueline Mendoza Ortega – Secretária-Geral da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica
  • Rebeca Rivero Guzmán – Centro de Biodiversidad y Medio Ambiente (CIBIOMA). Universidad Autónoma de Beni (UAB) – Bolivia
  • Raimunda Nonata Monteiro – Reitora da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA)
  • Dom Enemésio Angelo Lazzaris – Presidente da Comissão Pastoral da Terra – CPT (Bispo de Balsas-MA)
  • Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB)
  • Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB)

19h30 – Atividade Cultural

Dia 7/6/2017 (Quarta-Feira)

Manhã
8h30 – Painel: Educação, Ciência e Tecnologia na Amazônia

Coordenadores: Ana Paula Vidal Bastos (UnB) e Antônio Sérgio Monteiro Filocreão (UFAP)

  • Ennio Candotti – Museu Amazônico de Manaus
  • Bárbara Santos – Laboratório de Alta Tecnología para el Saber Ancestral – Colômbia
  • Eufran Ferreira do Amaral – Chefe-Geral da EMBRAPA – Acre
  • Instituto de Pesquisa para o Desenvolvimento (IRD)
  • Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS)
  • Comissão Nacional de Fortalecimento das Reservas Extrativistas Costeiras e Marinhas (CONFREM)

Tarde
14h00 – Apresentações de Trabalhos
18h00 – Atividade Cultural

Dia 8/6/2017 (Quinta-Feira)

Manhã
8h30 – Oficinas e Rodas de Conversa

Tarde
14h00 – Apresentações de Trabalhos
18h00 – Atividade Cultural

Dia 9/6/2017 (Sexta-Feira)

Manhã
8h30 – Painel: Modelos de Desenvolvimento: alternativas para a Amazônia

Coordenadores: Olgamir Amâncio (UnB) e Alexandre César (UFMT)

  • Anthony Hall – London School of Economics and Political Science
  • Paola Maldonado – Associação Latinoamericana para o Desenvolvimento Alternativo, ALDEA – Equador
  • Francisco Costa de Assis – Núcleo de Altos Estudos Amazônicos da UFPA
  • Alan Bojanic – Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura – Brasil
  • Via Campesina
  • Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura (CONTAG)

13h00 – Feira de Trocas de Sementes / Encerramento